Síndrome do Piriforme

Artemio D’Agosto Ayala
A dor do nervo ciático pode ter várias razões: hérnia de disco lombar, espasmo do músculo Piriforme ou trauma direto sobre nervo, produzido por exemplo por uma injeção mal aplicada.
O nervo ciático ou isquiático (como também é conhecido) se localiza a meio caminho entre o trocanter maior e a tuberosidade isquiático. Quando o quadril está estendido o nervo se acha recoberto pelo grande glúteo, mas ao fletir o quadril, o músculo desloca-se deixando o nervo descoberto.
O nervo ciático conecta-se com a medula espinhal através dos forames sacras posteriores e também a L5 (Quinta vértebra lombar). A medida que caminhamos distalmente pelo nervo (entendam distalmente como caminhando do quadril para o pé), esses ramos que saem da medula unem-se formando o nervo ciático que quando chega na metade do fêmur se divide em Nervo Tibial e Nervo Fibular Comum, estes por sua vez vão se ramificando.
Neste trajeto do nervo, ele atravessa vários músculos, fáscias, e tendões inervando alguns deles como: o Músculo adutor magno e o Músculo Piriforme.
Na região do quadril o nervo ciático passa internamente pelo músculo Piriforme e lateralmente pelos músculos Obturador Interno e os Gêmeos Inferior e Superior.

Quando o músculo Piriforme encontra-se em espasmo muscular, ele por sua vez comprime o nervo ciático produzindo dor, por isso o nome da patologia de Síndrome do Piriforme.
As dores dos nervos ou ciatalgias podem parecer como choques, agulhadas ou formigamentos e ocorrem no local da lesão ou em uma região que esse nervo percorre. Na Síndrome do Piriforme a dor pode chegar no joelho ou parte posterior da panturrilha, já que o nervo ciático se divide em Tibial que atravessa a panturrilha e vai até a sola do pé ou na parte lateral do joelho provocado pelo nervo Fibular Comum.
Muitos ciclistas, triatletas e corredores apresentam esse tipo de patologia porque o Músculo Piriforme encontra-se encurtado levando a uma compressão do nervo. A posição na bicicleta e o tipo de corrida (ex.: treinos de subida) são alguns dos fatores.

O tratamento pode ser feito pelo médico no que diz respeito de uma medicação para a inflamação desse nervo e também da fisioterapia para uma total reabilitação; realizando um trabalho para a retirada da inflamação e o alongamento do Músculo Piriforme, se esse for o motivo da sua patologia.
Um tratamento só com um anti-inflamatório ou de acupuntura (que tem como principio aumentar as endorfinas fisiológicas do nosso corpo para que possamos tolerar um nível maior de dor), irão resolver apenas a consequência que seria a dor. Para resolver a causa é preciso um bom trabalho de alongamento do músculo para deixa-lo no seu tamanho fisiológico ou no tamanho da sua necessidade.

Fonte: TotalSport

O caso da novela "Viver a Vida"

Como esse é o assunto polêmico da vez envolvendo a fisio, vou me manifestar também. Pra quem não sabe do que eu estou falando, vou resumir: No dia 05.06 (quarta-feira) foi ao ar uma cena da novela Viver a Vida em que um personagem, Daniel, fisioterapeuta do hospital, disse que não poderia prestar um determinado atendimento porque "não pode iniciar um tratamento sem uma avaliação médica".
Achei um absurdo isso. Após tantos anos de luta para conseguir nossa autonomia e após mais tantos outros de liberdade desde então, um escritor leigo para quanto a fisioterapia (Desculpa Walcyr, você é um grande escritor mas não sabe nada sobre a fisioterapia) leva para o Brasil inteiro essa imagem de dependência do médico. 


Então só pra reforça o que já sabemos:
- Fisioterapeuta pode realizar atendimento sim sem avaliação médica. 


Nós fazemos exame cinético-funcional, no qual avaliamos as o que pode comprometer o paciente quanto a sua funcionalidade. Por exemplo: Se você recebe um paciente com com Anquilose coxofemoral. Esse é o diagnóstico clínico (informado pelo médico) e o diagnóstico cinético funcional (feito por nós) seria "limitação e ADM e déficit de força para MMII". Ou seja, nosso diagnóstico consiste não em "Qual a doença?" mas sim em "Qual o comprometimento que essa doença está causando/pode causar?"

- Podemos solicitar exames complementares.
Até hoje, muita gente acha que precisa ir a um médico, para que ele peça exames e só depois ser encaminhado para um fisioterapeuta. Não minha gente, esse tempo já passou (há muito tempo, diga-se de passagem). Podemos solicitar exames porém de forma consciente. Se você realiza a anamnese e exame físico completo mas ainda assim resta alguma dúvida ou ainda se você está prestando atendimento e quer saber se está sendo bem sucedido (uma consolidação de fratura óssea, por exemplo) você pode solicitar  exames, sem dúvidas. O que não pode é em menos de cinco minutos de consulta, você se quer olhar seu paciente e já pedir um exame! (Tem muito 'profissional' assim hoje em dia e não é dá fisio! :p)
- Não somos inferiores aos médicos.
Eu vivo dizendo isso: Na área biomédica ninguém está acima ou abaixo dos médicos. Aqui todos caminham lado a lado (ou pelo menos esta deveria ser a visão geral). Médico não avalia e trata um paciente apenas com remédios, aliás ai mesmo ele já precisa do farmacêutico para desenvolver esses medicamentos. Um médico não estará sempre ao lado do seu paciente, mas os enfermeiros sim. Por mais que o fisioterapeuta desenvolva uma boa conduta, se seu paciente não estiver com uma alimentação balanceada que lhe forneça energia necessária para suas funções, a fisioterapia não funcionará. E depois que o paciente tiver condições para voltar as Atividade de Vida Diária (AVD´s) quem melhor que os nossos colegas, os Terapeutas Ocupacionais para desenvolver esse exercício? E o Educador Físico? Este sim pode auxiliar na prevenção muitas doenças do corpo. E o que seria do corpo se a mente não estivesse sã?
Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Nutricionistas, Educadores Físicos, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Biomédicos, Odontólogos... Todos precisamos uns dos outros e todos escolhemos profissões de entrega, de cuidar no próximo, e por isso mesmo, em respeito aos nossos pacientes, devemos respeitar uns aos outros e manter boas relações sempre. Chega dessa picuinha de "o médico ser superior". Integralidade. Multidisciplinaridade. É disso que nossos pacientes precisam.
Espero ter deixado meu ponto de vista claro e esclarecido algumas coisas também.

Ah Walcyr, na próxima pesquise mais um pouquinho mais pra não pagar outro mico deste tamanho. :)

Roteiro para prova prática

TRONCO


Estruturas Ósseas Palpáveis
Processo Mastoide: Atrás do lóbulo da orelha.
Processo transverso de atlas: mais medial. Entre processo mastoide e linha nucal.
*Não pressionar demais. Como é um local próximo a passagem de veias e artérias, pode causar dores locais e de cabeça, tonturas, ânsia de vômito entre outros sintomas.
C3: Abaixo do ângulo da mandíbula e osso hioide.
C4 ou C5: Cartilagem tireoide.
C7 ou T1: Palpa-se a vértebra proeminente na flexão de pescoço. Porém T1 pode ser confundida com C7 e vice-versa. Pra tirar a dúvida faz flexão e extensão de pescoço. Se durante a extensão seu dedo “entrar”, você está palpando C7. Se durante a extensão seu dedo permanecer no mesmo lugar, parabéns, você encontrou T1.
T4: Espinha da escápula.
T8: Ângulo inferior da escápula.
T12: Última costela (referência muito subjetiva).
L3 ou L4: Crista ilíaca.


Músculos eu atuam no tronco – técnicas para palpação
m. Esternocleidomastoide: Rotação para o lado oposto ou látero –flexão com resistência.
mm. Escalenos: Látero-flexão com resistência ou expiração forçada. Palpa acima da clavícula, posterior ao m. esternocleiomastoide.
mm. Eretores da Coluna: Decúbito Ventral (DV) e faz extensão do tronco. Palpa-se os três eretores juntos. Palpar na região tóraco-lombar para não confundir com ação dos m. romboides ou m. trapézio, por exemplo.
m. Quadrado Lombar: Avaliado em Decúbito Dorsal (DD) e faz elevação da pelve. Avaliador deve palpar na região póstero-lateral, entre a última costela e crista ilíaca.
m. Íliopsoas: Atua tanto no tronco (flexão de tronco) quanto no quadril (flexão de quadril). O avaliado deve estar em flexão de de quadril e joelho (90º) e realizar uma flexão maior que 90º. O avaliador deve palpar no espaço entre a cicatriz umbilical e EIAS. O paciente pode está sentado ou em DD.

m. Reto do Abdome: DD com quadril e joelho em Flexão 90º. Faz flexão e palpa-se na região central do abdome.
m. Oblíquo externo: Faz flexão de tronco e rotação para o lado oposto. Palpa-se anteriormente entre as últimas costelas e crista ilíaca.
m. Oblíquo interno: Faz flexão de tronco e rotação para o mesmo lado. Palpa-se anteriormente entre as últimas costelas e crista ilíaca.
m. Transverso do Abdome: Em DD, avaliado deve realiza expiração forçada (rápida e forte, uma tosse por exemplo). Palpar abaixo da cicatriz umbilical.
m. Diafragma: Examinador coloca três dedos abaixo das costelas, perto do esterno e polegar pressiona para cima.