Imobilismo no leito e fisioterapia

Ooooi pessoas! 
Vamos conversar um pouco sobre imobilismo no leito? Esta é uma condição bem comum no que diz respeito a atendimentos domiciliares, principalmente. É importante que saibamos identificar os sinais e intervir positivamente na qualidade de vida da pessoa sob essas condições. 
Ah, uma observação: Este é um conteúdo que preparei de modo resumido quando estava estudando para entrar na residência. São resuminhos mesmo, bem enxutos, na época acabei nem colocando as referências já que era um material apenas para meu estudo. Caso queiram posso disponibilizar as referências também. 
Agora sim, vamos começar?!

Muitas desordens do aparelho locomotor acontecem pelo longo período de imobilidade no leito onde há um decréscimo na atividade física e, por conseguinte, nos efeitos benéficos que ela produz. Não são apenas as desordens de origem neurogênica ou miogênica que levam a este quadro. Problemas ortopédicos, queimaduras, alguns tipos de infecções, alterações psiquiátricas e quadro álgico intenso levam o indivíduo a permanecer por um período prolongado de restrições no leito.

A síndrome da imobilidade é um conjunto de alterações que ocorrem no indivíduo acamado por um período prolongado. Independente da condição inicial que motivou ao decúbito prolongado, esta síndrome evolui para problemas circulatórios, dermatológicos, respiratórios e muitas vezes psicológicos. Muito da morbidade e mortalidade associada ao paciente restrito ao leito advém dessas complicações músculo-esqueléticas e viscerais.

No sistema músculo-esquelético:
. Hipotrofia, atrofia muscular e descondicionamento
. Contraturas
. Osteoporose e osteopenia
. Deterioração articular
. Ossificação heterotrópica
. Osteomielite
. Deformidades
Para estes pacientes preconiza-se um trabalho de cinesioterapia motora, alongamento, ortostatismo precoce e massoterapia (liberação de aderências e "trigger points“).

No sistema protetor:
A úlcera de pressão é a mais comum alteração que acontece nos pacientes submetidos ao longo período de decúbito. Elas podem ser minimizadas por mudanças constantes de decúbito, uso de colchão especial, massoterapia, crioterapia e em estágios mais avançados a laser terapia.

Na função visceral:
a) Alteração no sistema respiratório
. Diminuição do trabalho com consequente perda de força da musculatura da ventilação
. Diminuição de volumes e capacidades pulmonares.
. Estase de muco em áreas mal ventiladas levando a infecções pulmonares
. Atelectasias
. Dificuldade para tossir
. Broncoaspiração

b) Alteração do sistema cardiovascular
· Alterações no volume de distribuição dos fluídos corporais
· Descondicionamento cardíaco
· Hipotensão ortostática
· Trombose venosa profunda (TVP)
· Tromboembolismo pulmonar

c) Alterações no sistema urinário
· Estase da urina
· Cálculo renal
· Infecções
· Bexiga neurogênica
· Incontinência

d) Sistema gastrointestinal
· Perda de apetite
· Incontinência fecal
· Fecaloma
· Constipação e obstrução

"- Tá, então resuma ai por que tenho que fazer mobilização."
- Ok, resumo do resumo:

Mobilização precoce diminui a incidência de tromboembolismo e de trombose venosa profunda além de permitir a melhor oxigenação e nutrição do órgãos internos. A movimentação ativa quando possível, a mobilização passiva, a massoterapia, padrões ventilatórios e uso de incentivadores inspiratórios são as principais formas de prevenir as alterações nos sistemas viscerais.


E ai, gente, ficou mais fácil agora?
Bons estudos!

Escala de Coma de Glasgow

Oi, pessoas!
Estou fazendo um curso online na plataforma AVASUS (depois volto para contar direitinho como funciona e as maravilhas desse espaço) e vi essa explicação em um dos módulos. Achei muito didática então quero compartilhar com vocês. Bora?


A Escala de Coma de Glasgow  foi criada para avaliar a gravidade de pacientes após trauma cranioencefálico.  Usualmente pode ser utilizada como uma referência da avaliação do sensório de um paciente que apresente diminuição da consciência.

ESCALA DE COMA DE GLASGOW
A escala é composta por três partes distintas:
- Abertura ocular
- Resposta verbal
- Resposta motora
Variando de 03 pontos para o paciente que não está responsivo até 15 pontos, considerado o valor normal.


Abertura Ocular

Abertura ocular é divida em 4 possíveis respostas. Se o paciente abrir os olhos espontaneamente ele recebe  4 pontos. Se o paciente abrir os olhos quando for estimulado recebe 3 pontos. Se o paciente abrir os olhos apenas após o estímulo doloroso ele recebe 2 pontos e se ele não abrir os olhos receberá 1 ponto.

Abertura Ocular: Espontânea









Abertura Ocular: Estimulação

Estimulação Ocular: Dor














Estimulação Ocular: Sem Abertura
















Resposta Verbal

Em relação a resposta verbal o paciente pode ser considerado orientado e recebe 5 pontos quando der respostas coerentes as perguntas. O paciente confuso  ganha 4 pontos quando a fala for clara e compreensível, porém exista dificuldades em relação a orientação. Recebe 3 pontos quando a fala for compreensível, porém o conteúdo inadequado. Recebe 2 pontos quando for incompreensível e 1 ponto o paciente que não responder.

Resposta Verbal: Orientado

 Resposta Verbal: Confuso

 Resposta Verbal: Inapropriado

Resposta Verbal: Incompreensível
 Resposta Verbal: Sem Resposta

Resposta Motora
Em relação a resposta motora recebe 6 pontos o paciente que obedece a comandos. 5 pontos o paciente que for capaz de localizar o estimulo doloroso. 4 pontos o paciente que após estimulo doloroso realizar movimento de retirada. 3 pontos o paciente que realizar flexão à dor. 2 pontos o paciente que realizar extensão à dor. 1 ponto o paciente que não responder.
Resposta Motora: Obedece a comando










Resposta Motora: Localiza a dor








Resposta Motora: Retirada pós estímulo doloroso








Resposta Motora: Flexão à dor







Resposta Motora: Extensão à dor








Resposta Motora: Sem resposta









E ai, gostaram? Ficou um pouco mais claro para lembrar? A princípio parece ser muita coisa mesmo, mas com o tempo a gente vai compreendendo o porquê de cada resposta ser como é e se habitua, fica fácil (sério!)
Lembrando que este conteúdo faz parte de um módulo do curso "Acolhimento ao usuário com dor no aparelho locomotor", conteúdo da UFRGS, TeleRS e MS e encontra-se na plataforma AVASUS. 

Bons estudos!